31.12.01

Lâmpadas que se apagam, esperanças
Que se acendem: aurora.

Lâmpadas que se acendem, esperanças
Que se apagaram: noite.
Omar Khayyam, Rubaiyat 165.
Meus Melhores do Ano

Romances
O Pêndulo de Foulcaut - Umberto Eco

O Jogo da Amarelinha - Júlio Cortazar

Quadrinhos
Do Inferno - Alan Moore e Eddie Campbell

Invisibles - Volume 3 - Grant Morrison, Philip Bond e Frank Quitely

Miracleman: The Golden Age - Neil Gaiman e Mark Buckingham

Não Ficção
Cultura da Interface - Steven Johnson

Seis Passeios pelos Bosques da Ficção - Umberto Eco

Uma História da Leitura - Alberto Manguel
Descobertas

Clarice Lispector e Raymond Chandler

Decepções
Harry Potter e a Pedra Filosofal - J K Rowling

O Castelo dos Destinos Cruzados - Italo Calvino

Releituras
Invisibles - Volume 2 - Grant Morrison e diversos desenhistas

Seis Propostas Para o Próximo Milênio - Italo Calvino
Descobertas na Rede
Nowhere Girl - Justine S.

The Electronic Labyrinth

After Days of Passion - Antony Johnston e Ben Templesmith
Faltou Ler
Ulysses - James Joyce

O Poder da Identidade - Manuel Castells

Cinco Escritos Morais - Umberto Eco

Quadrinhos, Sedução e Paixão - Moacy Cirne
A Lista Completa - em Ordem Cronológica

- Esse ofício do verso **** / Jorge Luís Borges 31-12 - 02.01

- Miracleman - Book Four: The Golden Age ***** /Neil Gaiman 05.01

- The Big Book of Freaks *** / Gahan Wilson 07.01

- eu@teamo.com.br: o amor nos tempos da internet *** / Letícia Wierzchowski e Marcelo Pires 4.02

- Seis propostas para o próximo milênio ***** / Italo Calvino

- The Invisibles: Vol 2 ***** / Grant Morrison

- The Invisibles: Vol 3 ***** / Grant Morrison

- Adeus, minha adorada *** / Raymond Chandler 6.03 - 12.03

- Harry Potter e a Pedra Filosofal * / J K Rowling 14.03 - 19.03

- O Pêndulo de Foulcaut ***** / Umberto Eco 20.03 - 11.04

- JSA: Justice Be Done ** / James Robinson & Dave S Goyer 29.03

- Cultura da Interface **** / Steven Johnson 12.04 - 25.04

- O Castelo dos Destinos Cruzados * / Italo Calvino 27.04 - ABANDONADO

- Opium ** / Daniel Torres 29.04

- Seis Passeios pelos Bosques da Ficção **** / Umberto Eco 03.05 - 25.05

- Laços de Família **** / Clarice Lispector 08.05 - 29.12

- Starman: Infernal Devices *** / James Robinson 09.05 - 10.05

- Starman: Grand Guignol **** / James Robinson 10.05

- Como e Por Que Ler *** / Harold Bloom 12.05 - 16.06

- The Invisibles: Say you want a revolution **** / Grant Morrison 17.05

- Os Amores Difíceis *** / Italo Calvino

- Uma História da Leitura ***** / Alberto Manguel 21.06 - 12.07

- Sobre os Espelhos *** / Umberto Eco

- Preto e Branco *** / Taiyo Matsumoto 12.07

- A Jew in Communist Prague *** / Giardino 17.07

- Corto Maltese in Siberia *** / Hugo Pratt 19.07

- A Peste **** / Albert Camus 19.07 - 31.07

- Homo Ludens *** / Huizinga

- Doom Patrol: Crawling from the Wreckage *** / Grant Morrison 29.07

- O Jogo da Amarelinha ***** / Júlio Cortazar 03.08 - 23.08

- Novas Comédias da Vida Privada *** / Luís Fernando Veríssimo 03.08 - 14.08

- Asterix e Latraviata * / Albet Uderzo 23.08

- JLA: World War Three **** / Morrison e Potter 25.08

- As tecnologias da Inteligência / Pierre Levy


- O Longo Adeus *** / Raymond Chandler 11.09 - 15.09

- Top Ten *** / Alan Moore e Gene Ha 13.09

- Transmetropolitan: The New Scum *** / Warren Ellis 13.03

- Transmetropolitan: Lonely City **** / Warren Ellis 14.09

- Sem Plumas / Woody Allen 23.09 - 28.11

- Do Inferno (Vol 1) ***** / Alan Moore 01.10 - 03.10

- Visitation - A Graphic Novella ** / C. S. Moore

- Baldolino *** / Umberto Eco 08.10 - 22.10

- JLA: American Dreams *** / Grant Morrison e Howard Potter 18.10

- Rubaiyat / Omat Khayam 23.10 - 31.12

- Sandman - O Livro dos Sonhos *** / 23.10 - 29.12

- Palestina **** / Joe Saco

- O Último Cavaleiro Andante ** / Will Eisner 04.11

- Transmetropolitan - Gouge Away / Warren Ellis e Darick Robertson ****

- Kling Klang Klatch / Ian McDonald e David Lyttleton

- Flex Mentallo **** / Frank Quitely & Grant Morrison

- Hellblazer: Good Intentions **** / Brian Azzarello e Marcelo Frusin

- Secret Origins * / Vários Autores
Aliás, esqueça Apocamon! Spiders é muito melhor: uma história alternativa da ação militar no Afeganistão. A primeira parte trata das mulheres afegãs. A segunda da caça a Bin Laden.
A segunda parte de Apocamon - The Final Judgement finalmente está no ar. Ela entrou no ar algum tempo depois da primeira, mas os eventos de 11 de setembro fizeram o autor retirá-la do ar por algum tempo, só tendo retornado semana passada.

30.12.01

Não sei se sou eu ou é Steven Talbot, mas tenho percebido uma grande melhora nos últimos Netfuture. As argumentações estão muito mais desenvolvidas e parece que o editor está dando mais espaço para vozes divergentes.

A última edição - a 126ª - continua a anterior, publicando a troca de correspondência entre Talbot e um leitor, expandindo a comparação entre a technè dos gregos e a nossa relação com a técnica.
He's an all-American coffee-fuelled Green Beret from the Mississippi delta. She's a mistrustful winged bodyguard who dreams of becoming Elvis. They fight crime!
Mesmo que não pareça óbvia à primeira vista, a conexão entre rapping e blogging está lá. Na verdade, encontrar conexões entre os blogs e outras... formas de expressão, meios de comunicação? que são feitas a partir de pedaços de outras mídias não é tão difícil assim. Fanzines,
programas de tv, colunas de jornal e revistas que tratam dos media são todos a mesma coisa - que Steven Johnson chama de "mídia parasitária": sinais de que os meios de comunicação formam uma esfera da vida tão real quanto qualquer outra.

29.12.01

Na minha última visita ao Ninth Art, encontrei um texto sobre escritores de quadrinhos que agem como pop stars. Discordando do autor - que acredita que o chama a atenção nas hqs é a qualidade - acho que os quadrinhos podem se beneficiar muito de autores que tenham as características necessárias para circularem nos media.

Um dos principais problemas das hqs é que elas são percebidas pelo grande público como coisa de criança ou - pior - de nerds. Autores que não pareçam nem um nem outro são importantes para mudar essa percepção: não adianta nada existirem quadrinhos que apelem para djs ou metaleiros se a imagem do meio é tão ruim ao ponto de impedir o primeiro contato. Autores como Grant Morrison e Alan Moore podem ajudar muito a aumentar a penetração dos gibis simplesmente pelo seu estilo de vida divergente do que se espera dos escritores de gibis.

Acreditar que qualquer artista ou forma de arte pode ter alcance massivo apenas pelos seus méritos é de uma inocência sem tamanho. Se pensarmos na música, por exemplo, vamos ver o quanto o saber se colocar é importante. Ou alguém acha que Madonna esá aí há mais de 20 anos por conta da qualidade da música? É óbvio que apenas a embalagem não sustenta ninguém no mercado, mas conteúdo suficiente para manter um público diverso os quadrinhos têm.
Se uma pessoa perfeita do planeta Marte descesse e soubesse que as pessoas da Terra se cansavam e envelheciam, teria pena e espanto. Sem entender jamais o que havia de bom em ser gente, em sentir-se cansada, em diariamente falir; só os iniciados compreenderiam essa nuance de vício e esse refinamento de vida".
Eu já tinha visto a primeira parte desse trecho de A Imitação da Rosa, de Clarice Lispector, em uma pancada de lugares; de cartões postais com a foto dela àquelas seções de citações.

Sempre tinha achado o trecho muito pessimista e de um escapismo que não combinava com o pouco que conhecia de Lispector. A segunda frase - quase sempre deixada de lado - muda tudo completamente: de pessimismo à melancolia, sem escalas.

28.12.01

Mesmo tendo desperdiçado muito tempo e dinheiro em comédias românticas, tenho que concordar que a maioria delas realmente é muito ruim e estão cheias daqueles sinais que o filme não presta. Mas chamar John Kusack de "odioso" já é demais.
Em lugar da tradicional resenha dos movimentos da Internet no ano passado, o Guardian publicou uma lista das Sete Maravilhas da Rede. Em ordem:

Google
Yahoo!
Project Gutenberg
Multimap
Ebay
Amazon
Blogger

O que eu achei mais interessante da lista é que - tirando o Projeto Gutemberg - todas as "maravilhas" são ferramentas que não só reprosuzem, mas ampliam as possibilidades de análogos no mundo analógico.

27.12.01

idler: "There are plenty of lazy people and planty of slowcoaches, but a genuine idler is a rarity," writes idling expert Jerone K. Jerome. "He is not a man who slouches about with the hands in his pockets. On the contrary, his most starling characteristic is that he is always intensely busy." Despite the dictionary definition, then, altough the idler might not "work" in any recognizable fashion, he is neither shiftless nor lazy. His energies, having been freed from the merry-go-round of the working life, are channeled into the pursuit of wisdom and pleasure.
Além disso, The Idler é o nome de uma revista inglesa muito legal, que em outros tempos poderia fazer parte da chamada contracultura. Eu já tinha lido alguns textos na rede, mas nunca tinha visto um volume.

A citação foi tirada do glossário do número que estou lendo - o 25, que infelizmente é emprestado - tem mais de trezentas páginas e o formato de um livro. A revista é cheia de coisas despropositadas, mas mas descobri há muito tempo que leio qualquer coisa se a redação for boa.
Com certeza você já caiu em alguma dessas - ou em algo parecido - em algum momento de sua vida na rede. A minha foi uma variante do Good Times.
Ok, já sei que vou morrer cedo ou tarde. É difícil, mas eu me conformo em nunca ver as maravilhas do futuro. É muito mais complicado aceitar que vou deixar um monte de livros sem ler na minha biblioteca - sem falar naqueles que em algum momento quis (ou vou querer) ler e nunca vou ter o tempo ou a chance. Muito poucas coisas se igualam à agonia de uma pequena pilha de livros em cima da cama e ser incapaz de ler todos ao mesmo tempo - ou eleger um e ignorar com tranqüilidade os outros. Só queria me decidir se é reconfortante ou desesperador saber que não sou o único leitor ansioso.

26.12.01

You can hardly call something "not art" when the only reason you heard about it was that an art gallery funded and displayed it and an art critic wrote about it in the art section of a newspaper. The battle is over: It's already art, whether you like it or not. As soon as the question of its artness even occurs, it is part of a discussion that is inherently artistic; it is, henceforth, irrevocably and perpetually a part of the history of art.
Russel Smith, dando a dica de um excelente atalho para calar aqueles chatos que dizem que algo não é arte porque não se enquadra na sua visão do que A ARTE deveria ser.

O problema raramente é tão simples quanto "isso é arte, aquilo não é", mas saber que arte é mais uma questão de moldura que qualquer outra coisa é um bom começo.
Plato invented reality. He was teacher to Harris Tottle, author of 'The Republicans.' Lust was a must for the Epicureans. Others were the Vegetarians and the Synthetics, who said, 'If you can't play with it, why bother?'
UH?
Deve ter quase um ano que eu vejo os banners para a tira Exploitation Now e fico enrolando para ir lá, apesar das recomendações. Não vou dizer que estou arrependido de ter enrolado - já que devo ter terminado de ler todas as tiras antes do fim de semana - mas me pergunto o que estou perdendo de legal nos banners por aí.

Através da tira, descobre que existe uma Lista de Quadrinhos na Web Potencialmente Ofensivos - LOPOW, no original. Um ótimo guia de consumo, não?

25.12.01

Um amigo me enviou esses dois links. Ambos sobre a loucura e o despropósito da existência.
Nem adianta argumentar: Natal é época de comercialismo crasso, disfarçado de consideração pelos seus entes queridos. Em outras palavras, é a época de comprar coisas para os outros - e esperar que eles retribuam o favor. Depois de rasgar as embalagens, é o momento do inevirável balanço.

O fluxo de presentes foi pequeno esse ano. Quatro indo e voltando - quase todos livros. Rio abaixo foram Os Cem Melhores Poemas Brasileiros do Século, O Flâneur e Dez Pãezinhos - O Girassol e a Lua - hq que comprei na esperança que o amigo secreto improvisado não se realizasse.

Ganhei O Efeito Urano (Fernanda Young, da série dos dedinhos), Contraponto, uma duplicata de Cinco Escritos Morais (a primeira cópia não tinha nem uma semana aqui em casa) e um Avalovara, de um Osman Lins que nunca ouvi falar e parece bem bacana. Ainda não sei que livro os Escritos Morais vão virar - já que não sou eu quem vai decidir.

Estou doido para começar a ler os presentes, mas me prometi não começar nenhum livro antes de concluir uns que estão pela metade (Laços de Família, O General na Biblioteca, Rubaiyat e Sandman - O Livro dos Sonhos

Com os presentes, seis que comprei esse ano e três que sobraram do ano passado, já tenho leituras suficientes para o primeiro trimestre.

O que obviamente não significa que não vou comprar nenhum livro até terminar esses.
Todo mundo aprendeu alguma coisa revelante em 2001. Até o Homer Simpson.

24.12.01

Nicolau era...

.....muito, muito velho, e sua barba não podia embranquecer
mais. Ele esperava morrer.

Os anões nativos das cavernas do Ártico não falavam sua língua,
conversando em seu próprio idioma tremelicante, conduziam
rituais incompreensíveis, isso quando não estavam enfiados nas
suas fábricas, trabalhando.

Anualmente, os anões o forçavam para fora, chorando e se
debatendo, na Noite Sem Fim. Durante a jornada, ele visitava
quase toda criança no mundo, deixando um dos presentes
invisíveis dos anões ao pé de suas camas. As crianças dormiam,
congeladas no tempo.

Ele invejava Prometeus e Loki, Sisyphus e Judas. Seu castigo era
pior.
Ho
Ho
Ho
Minha tradução par Nicholas Was, de Neil Gaiman. Se algumas coisas ficaram estranhas - e eu sei que ficaram - é porque eu tentei traduzir com o mesmo número de palavras que o original - cem - já que essa foi a regra auto-imposta pelo autor.

Ah, sim: "Natal pra você!"

22.12.01

Sílvio Meira, do No tenta estabelecer algumas regras para a previsão e faz algumas perguntas sobre o futuro das tecnologias de informação no Brasil.
Eu queria saber por que tenho tanto interesse em videogames se quase não tenho paciêcnai para jogar. Depois de quinze minutos, foco entediado com, dicamos, Parasite Eve, mas fico doido para comprar um livro com imagens de jogos clássicos.
Ontem ganhei um exemplar da PLay, uma revista dedicada ao "entretenimento eletrônico". Li pouca coisa ainda, então não dá para falar muita coisa, mas a revista é muito bem diagramada e editada.

Mesmo que a revista tenha um espaço no mercado esperando por ela - e acho que tem - não sei se ela faz sentido para todo mundo. As informações nela me parecem um pouco passadas, já velhas, e imagino que não sou o único com essa impressão. Não sei qual é o públivo que a Play quer atingir, mas acho que ela só tem a ganhar se concentrando em matérias longas sobre a realidade brasileira, em vez de tentar ser um veículo para notícias.
Dia de Gibi Novo: New X-Men 118

Morrison - ainda companhado do desenhista substiruto Ethan Van Sciver - continua escrevendo os X-Men como eles devem ser: o início da organização mundial pacífica dos mutantes. Algo realmente distinto dos outros super-heróis.

Mutant music, mutant styles, mutant ideas are becoming more and more fashionable.

(...)

Magneto, the mutant terrorist leader, one of the millions who lost their lives in Genosha, has become a best-selling t-shirt hero to America's disenfranchised youth.
O Professor X está no espaço, Fera em como, os Scott Summers e Ema Frost tendo um caso, os X-Men enfrentando uma organização que rouba órgãos de mutantes e Wolverine está resfriado.

Como toda vez que Morrison escreve um título de super-heróis, ele não parece se encaixar muito bem no resto do universo de histórias - ficando muito acima da maioria do resto.
Dar presentes no Natal é um desperdício de recursos? Parece que sim. Uma pesquisa indica que quem ganha os presentes normalmente avalia seu preço em cerca de 90% do valor pago. O resto é um desperdício que poderia ser evitado se em vez de presentes, as pessoas dessem dinheiro.

Porém, os economistas também concluíram que nem só de dinheiro são feitos os presentes. Que as intenções por trás contam, aumentando o valor percebido que é pago pelo presente.
Nem todos os aliens vêm do espaço. Algumas criaturas bizarras estão na Terra há um tempão, escondidos nos oceanos, sem ninguém saber. Dá uma olhada nessa lula.

19.12.01

Depois de um bom tempo largado, peguei de novo o Sandman - O Livro dos Sonhos. Tinha largado de lado por ter encarada uma seqüência de histórias bem sem graça. Pelo visto fui enganado pelos títulos.

As que deixei para depois eram bem mais interesssantes, mantendo alguma conexão com o mundos dos Perpétuos sem ficar enchendo o sacom com ela a cada parágrafo. E - mais importante - sem tentar imitar Gaiman escrevendo.

Ainda faltam duas histórias, mas duvido que elas superem Chain Home Low e Um Pouco Mais de Eternidade. Não são muito longas - ideais para ler na livraria.

18.12.01

Que tal acordar bem cedinho, separar canetas, pápis e papel e desenhar vinte e quatro páginas de quadrinhos em vinte e quatro horas? Nem precisa saber desenhar direito. Aqui estão as regras e alguns resultados.

17.12.01

We want to make the world like the Disneyland world. People will come in and experience the same kind of fun every time they come into the room. The experience will always be the same. And in order to do that it was very essential for us to make a dedicated Xbox-only world.
Hirohisa "Pat" Ohura, gerente da subsidiária japonesa da Microsoft, falando sobre o novo videogame da Sega.

Impressionante como ele conseguiu resumir a "filosofia" da empresa como um todo: práticas monopolistas que tentam reduzir um ambiente social dinâmico, interessante e auto-regulável a um eterno déjà vu. Isso sem falar na entrevista dele: haja paciência pra agüentar um release tão descarado.
Depois que o treinador de um time de futebol americano foi despedido por ter mentido no seu currículo, King Kaufman - josnalista e inventor do plástico - resolveu admitir suas próprias mentiras. Eu queria ter a coragem desse homem!
Qualquer dia eu vou ter oitenta mil dólares sobrando e uma pessoa faltando para preencher minha vida, o banco do carona do meu Mercedes SL e minha enorme cobertura com vista para o Central Park. Espero que essa empresa ainda exista nesse dia. Na verdade, se ela existir hoje e não for uma brincadeira, já seria surpreendente o bastante.

Mesmo que nunca vá usar um serviço que cria um encontro "aleatório" após uma longa investigação sobre a mulher que o cliente escolher (mais por falta de dinheiro e posicionamento geográfico errôneo que padrões morais elevados), é o tipo de coisa que fico contente que exista. É absurdo, deve ser ilegal, mas - muito mais importante - é surreal.
Dia de Gibi Novo: Hellblazer: Good Intentions

Good Intentions é a segunda história com John Constantine escrita por Brian Azzarello. E é também muito melhor que a primeira. A premissa é mais simples - Constantine vai até uma cidade do interior dos EUA falar com uma pesso e há algo muito errado na cidade - e mais apropriada ao personagem que a de Bad Time.

O mais interessante da história é ver Constantine - que normalmente sabe bem o que faz e onde está - totalmente desorientado e assustado. O efeito fica ainda mais forte por conta do capítulo de abertura, no qual o personagem pega carona em dois carros diferentes, sabendo muito bem o que está fazendo.

Os desenhos de Marcelo Frusin são o complemento ideal para o texto de Azzarello, já que mostram muito bem as reações de Constantine aos acontecimentos - coisa que em outras épocas já foi feita com monólogos internos.
Quem nunca quis um ensaio prontinho para entregar? Principalmente quando a disciplina foi uma decepção e o professor conseguiu perder totalmente os alunos durante o curso? Nos Estados Unidos existem várias opções para compras e downloads, até com guias para gastar melhor seu dinheiro. Por aqui eu não sei, já que nunca pensei em pegar um trabalho fraco - mas pronto - e simplesmente editá-lo para entregar. Juro.

Eu não entendo é como os professores não organizam em suas escolas bancos de trabalhos feitos pelos alunos. Assim ficaria muito mais fácil verificar os plágios que certamente rolam. Se é que eles se importam.

15.12.01

Uma sala vazia ganhou o mais importante prêmio para as artes na Inglaterra - o Turner Prize. Antes de reclamar, que tal tentar entender o que é minimalismo?

13.12.01

Depois de mais de vinte anos, a Editora Abril não vai mais publicar os quadrinhos da Marvel Comics no Brasil - que passam a ser publicados pela Panini.

Não consigo imaginar os resultados disso para os leitores de quadrinhos. Se por um lado concorrência sempre é saudável, por outro os leitores podem ser publicados, principalmente pelo corte de histórias em favor das mais recentes e mais interessantes.

Mas como Fantastic Four 1234 vai ser publicada logo, não tou nem aí.
Espero que esse cara nunca chegue perto de onde eu moro.
Acho muito estranha a idéia de enfrentar os piratas de software da mesma forma que os traficantes de drogas. Em primeiro lugar, porque as estratégias já falharam antes - com as drogas mesmo - ao transformar em antagonistas uma fatia significativa e próxima da sociedade (como todo mundo viu em Traffic).

Além disso, ninguém parece saber o que é e não é legal dentro das atividades do grupo - extremamente heterogêneo - chamado de hackers. É ilegal quebrar um código de proteção? Mesmo fazer um backup dos meus programas? E os interesses envolvidos são bastante questionáveis. Se as polícias estão agindo contra os piratas, é por pressão das empresas interessadas - algumas tão picaretas quanto a Máfia - que aprenderam a resolver ameaças aos seus negócios à pauladas judiciárias e mecanismos atochantes.

Somando a vontade do FBI de fazer bonito depois da série de escorregões desde setembro (quem estava mandando as cartas com antraz mesmo?) a complexidade da questão é totalmente ignorada.

12.12.01

Janey stops to sketch St. Michael's Mont. Then Penzance and a feeling of having gotten somewhere. It's so different from the retirement Village of St. Ives. Even Malcom went there to withdraw, suffering from a chronic inability to be interested in the rigmarde of "making a living" in the modern world.

Now another argument. Janey's scoffing at the "artists" painting old galleys washed up on sunset beaches for the tourist.

- It's so painfully disappointing! This isn't Art!
- This guy's doign pictures, that guy's doing stained pine chairs, that guy's making sandals... what's your problem with that - it's just making a living! Why do you expect the spirit of Art to always dwell in painting or poetry?

All the arguments we've ever had pop up from behind the fence saying "there's going to be a fight" . The nude-girls-in-the-newspapers is there. also the inadequacies-of-the-Social-Services.

- You can't change the whole world by eanting and raving - you've got to just concentrate on here and now.
- Look, Alec, you'll see it all differently when you've got my ears.

Something comes to a halt right here.
Alec e Janey rompem em Graffit Kitchen, de Eddie Campbell
Se estivesse realmente congelado em animação suspensa, Walt Disney estaria fazendo cem anos este mês. É uma ótima oportunidade para analisrmos nossa relação com Mickey e seus amigos.
Vale a pena estragar uma obra de arte para investigar um crime? Nem se o crime forem os assassinato de Jack? Ou principalmente se forem eles, já que ninguém vai ser convencido de nada? Para completar, a teoria parece não se sustentar.
Na minha próxima encarnação, quero viver num país onde o presidente não é maluco. Ou pelo menos, maluco em doses moderadas.

11.12.01

Bebo vinho como as raízes do salgueiro
Bebem as águas cristalinas da torrente.
Deus me criou sabendo que eu beberia:
Se eu me abstivesse de beber, Deus falharia
Omar Khayyam usando a Tática Greógorio de Matos, no Rubaiyat 122.
Arthur Dapieve, colunista do Globo e do No resolveu ganhar dinheiro escrevendo livros infantis. Palmas pra ele: Dirty Harry Potter e Cuidado, papai, olha o bichinh... — Um dia de atropelos tem tudo para entrar para a lista dos dez mais da Veja
THE NATURAL LIFE CYCLE OF MAILING LISTS

Every list seems to go through the same cycle:

1. Initial enthusiasm (people introduce themselves, and gush a lot about how wonderful it is to find kindred souls).

2. Evangelism (people moan about how few folks are posting to the list, and brainstorm recruitment strategies).

3. Growth (more and more people join, more and more lengthy threads develop, occasional off-topic threads pop up)

4. Community (lots of threads, some more relevant than others; lots of information and advice is exchanged; experts help other experts as well as less experienced colleagues; friendships develop; people tease each other; newcomers are welcomed with
generosity and patience; everyone---newbie and expert alike---feels comfortable asking questions, suggesting answers, and
sharing opinions)

5. Discomfort with diversity (the number of messages increases dramatically; not every thread is fascinating to every reader; people start complaining about the signal-to-noise ratio; person 1 threatens to quit if *other* people don't limit discussion to person 1's pet topic; person 2 agrees with person 1; person 3 tells 1 & 2 to lighten up; more bandwidth is wasted complaining about off-topic threads than is used for the threads themselves; everyone gets annoyed)

6a. Smug complacency and stagnation (the purists flame everyone who asks an 'old' question or responds with humor to a serious post; newbies are rebuffed; traffic drops to a doze-producing level of a few minor issues; all interesting discussions happen by private email and are limited to a few participants; the purists spend lots of time self-righteously congratulating
each other on keeping off-topic threads off the list)

OR

6b. Maturity (a few people quit in a huff; the rest of the participants stay near stage 4, with stage 5 popping up briefly every few weeks; many people wear out their second or third 'delete' key, but the list lives contentedly ever after)
linkslut - Someone who does anything to get someone else to link to them

ohhhh scholar - used when someone around you makes an intelligent observation, or tries to show off his/her booksmarts.

meta-irony - describing when the irony involved is itself, ironic
Verbetes aleatórios do Pseudodictionary, o dicionário para palavras que não entraram nos dicionários.
Se a velocidade das inovações na Internet está sendo diminuída por alguém, quem é o maior culpado? Eu aposto na indústria fonográfica.

Falando nisso, você já roubou uma música hoje?

10.12.01

Mesmo se for fraude, não custa ajudar: Girl won't sleep with boy until website gets 111,111,111 hits

Eu estou achando o casal bonito demais para essa história, como naquela fraude do casal que ia perder a virgindade ao vivo e transmitir pela Internet. Mas não custa nada ajudar o cara.

Povo doido!
Dia de Gibi Novo: Graffiti Kitchen

Ano passado, durante um evento aqui em Salvador, encontrei o stand de uma livraria que estava vendendo quadrinhos. Comode costume, separei uma pequena pilha de coisas para comprar, me obrigando ao sempre doloroso processo de seleção. Uma das que não comprei foi Graffiti Kitchen. Esse ano, no mesmo evento, a revista constinuava lá na livraria. Uma vez que minha curiosidade continuava, resolvi arrastar - mediante pagamento - a revista para casa.

Não me decepcionei. Sabia o quê podia esperar, pois já tinha visto algumas páginas avulsas e histórias menores da mesma série. Graffiti Kitchen faz parte de Alec uma mais ou menos auto-biografia de Eddie Campbell.

Gostei bastante e achei meio parecido com os filmes de Woody Allen: eventos quase reais são narrados através de estruturas narrativas bem claras e claramente artificiais. Os desenhos são diferentes de From Hell: muito mais relaxados, às vezes quase rascunhos. A história não é o importante para aproveitar o gibi, retratando um certo período da vida do protagonista Alec no qual ele se envolve com uma garota e a mãe dela. E mais algumas mulheres.

Acho que vou começar a escrever coisas descaradamente auto-biográficas. Parece dar um, para usar o termo técnico, mojo potentíssimo.

Algum dia da semana passada terminei Kling Klang Klatch. É bem legal, apesar de não ter envelhecido tão bem quanto outras coisas publicadas na mesma época. Parece que às vezes os autores querem inserir elementos demais e se perdem, ou melhor, perdem o ritmo da história.
Hoje me dei conta de quanto tempo eu passo olhando os blogs que eu acompanho e seguindo os links de lá para outros blogs. Os resultados dos passeios costumam variar enormemente. Às vezes descubro coisas excelentes, mas na maioria das vezes os blogs que encontro são extremamente egocêntricos e linkados por conta da brodagem (não que qualidade e egocentrismo não possam andar juntos).

Diariamente, me sinto em uma enorme Serra Pelada.

Claro que todo mundo tem o direito de colocar o que quiser no ar (ou quase tudo), mas às vezes é difícil lidar com o excesso de informação. Os blogs são - em mais de um sentido - um excelente filtro de informação, servindo aquelas informações que não procuramos e nem imaginamos que existiam, resolvendo o maior problema do Daily Me proposto pelo Negroponte.

Os bloggers são gatekeepers voluntários. Sem preocupação em manter o visitante num site ou servir a um determinado conjunto de valores, os bloggers oferecem um outro modo de lidar com o crescimento do volume de informações: eles oferecem um quadro de referências pronto e partilhado. De repente os blogs são realmente a emergência da ecologia cognitiva do Lévy, mas nos últimos meses, sua velocidade de crescimento está enfraquecendo o papel de guia.

Não sou a favor de nenhum tipo de regulamentação, mas mal posso esperar para ver como a "cena blogger" vai estar daqui a um ano, um ano e pouco. Imagino que a rede formada por eles vai estar bem menor, mas a qualidade média de cada ponto vai estar mais alta. Só fico torcendo que essa seja uma "seleção natural" nascida do próptio interesse (ou perde de) dos diaristas, não uma conseqüência de imperativos econômicos ou problemas técnicos.
I am a Blue Moai in a Carpark.

My dilute pastiche of frozen dreams eats the reinforced hydrogen of time. Apple garages rake blind oil through my excitable architecture. I bring loose mechanisms to the windy sandstone.

Why the right kangaroo? The Utterly Surreal Test

Eu tinha me prometido não mencionar nenhum dos testes de personalidade que parecem ser o meme do mês. Mas esse é irresistível. The Utterly Surreal Test faz perguntas estranhas e dá resultados no mesmo nível.

FInalmente recebi a Cult 52. Já tinha visto na banca, mas só me lembrava do cd com várias edições arquivadas que vinha de brinde nela. Ainda não instalei o cd, mas deiuma olhada nas edições dentro. Cada artigo está separadinho em pdf, prontinho para ser re-distribuído. Ou é uma sacada muito boa de quem programou a parada (liberando os artigos para distribuição como publicidade para a revista) ou uma falta de cuidado imperdoável. Agora tenho todas as Joyceanas que saíram.

A revista em si vem no esquema de sempre. Coisas que não me interessam (Sartre Poeta) e outras muito interessantes (o Dossiê sobre o Oulipo). Apesar de se concentrar em literatura e deixar outas coisas meio de lado, prefiro - de longe - a Cult à Bravo - que mudou de formato mês passado, mas que só vi esse mês.

O papel fosco e o formato tornaram a revista muito mais atraente, principalmente com a ótima capa deste mês. Infelizmente, os vícios permanecem.

8.12.01

As poucas vezes que fui a receitais de poesia me incomodaram bastante. Os poemas pareciam muito artificiais quando falados. Normalmente a culpa era dos recitantes, que escolhiam poemas grandes demais ou chatos demais ou simplesmente falavam embolado demais. Posso parecer chato, mas acho que poesia é para ser lida, não ouvida.

Ainda bem que tem quem concorda comigo.

7.12.01

Nunca rezei numa mesquita,
Mas lá me sorria a esperança.
Hoje ainda vou sentar-me nelas:
Sua sombra é propícia ao sono.
Rubaiyat 107, de Omar Khayyam.
Chris Ware e seu Jimmy Corrigan: The Smartest Kid on Earth ganharam o Guardian First Book Award, que premia o melhor primeiro livro publicado por um autor, independente do gênero e formato.

Não é a primeira vez que uma história em quadrinhos ganha um prêmio concorrendo com prosa. Neil Gaiman já havia levado o World Fantasy Award por uma edição de Sandman e Alan Moore venceu o Nebula e o Hugo com Watchmen. A diferença é que esses são prêmios específicos de gêneros (fantasia e ficção científica) e o prêmio do Guardian é mainstream.

Eu aredito que esse é um passo muito mais importante para o reconhecimento dos quadrinhos do que Frank Miller vender duzentas mil cópias da continuação de Cavaleiro das Trevas. Mesmo que muitas pessoas apontem o final da década de 80 e início da década de 90 como uma época fantástica para os quadrinhos, acho que hoje há uma diversidade bem maior que então.

Pena que uma fatia ínfima disso chega no Brasil.

Li muito pouco da série e dos trabalhos de Ware (só os primeiros quatro números da Acme Nolty Library), mas realmente é muito bom. Tanto Jimmy Corrigan, quando Quimby: The Mouse são uma série de pancadas na cabeça. Há momentos que é quase impossível não chorar. E sem apelações, o que é mais impressionante.
Depois de anos de espera dos fãs babões, saiu a continuação de O Cavaleiro das Trevas - considerada por muitos a melhor história do Batman já feita. Obviamente, a imprensa especializada se jogou, com entrevistas, resenhas e colunas sobre o assunto. Inclusive uma minha.

6.12.01

When it comes down to it, how could you love anybody like you loved Thundergirl? You try and it´s like heaven.

But it is only like heaven. It´s not heaven, is it?
Parte das últimas palavras de Wallace Sage, em Flex Mentallo
Não foi só a X-Men que comprei hoje. Resolvi cuidar logo dos meus presentes de Natal, antes que os shoppings fiquem impossivelmente cheios. Acabei só comprando um (e já dando, o que me condiciona a dar mais um), Os Cem Melhores Poemas Brasileiros do Século, Acho que a melhor dedicatória que escrevi está nele. Aliás, a dúvida em comprar ou não acabou por causa da dedicatória.

Eu entrei na livraria para comprar Enquanto Agonizo, do William Faulknet, mas acabei mudando de idéia por conta d edois livros sobre quadrinhos. Um deles - Mangá: O Poder dos Quadrinhos Japoneses(Sonia Bibe Luyten, Ed Hedra) - estava na minha lista desde de 1991, quando saiu a primeira edição. Já tinha visto a sefunda edição antes, mas ou não tinha dinheiro ou estava pilhado demais para comprar outro livro.

O outro livro caiu da pratileira quando fui pegar o Mangá. Primeiro pensei em colocar de volta Quadrinhos, Sedução e Paixão, pensando que tivesse algo com psicologia (e pisocologia e quadrinhos têm uma história conjunta muito triste), mas dei uma olhada. O livro do Moacy Cirne trata de algumas questões com as quais tenho me preocupado ultimamente, como o cânone dos quadrinhos e as maneiras que esta arte pode ser entendida (cinema, desenho/pintura e literatura).

Ainda fiquei olhando torto para um livro sobre tradução que acabo de esquecer o nome e A Cor da Magia, da série Discworld, de Terry Prachett. Desisti de um por ser muito caro e do outro porque alguém que eu conheço vai comprar e me emprestar. Eu só ainda não sei quem é.

Livraria é um perigo!
Dia de Gibi Novo: X-Men 117

A coisa que mais me chamou a atenção nessa edição foram os desenhos. Não é Frank Quitely, mas Ethan VanSciver (de Cyberfrog e Impulse).

Os desenhos são até que bons, apesar de alguns erros incomodos de proporção e pesrspectiva. As expressões faciais estão bem definidas, mas parece que as páginas estão pesadas, como se fossem muito cheias de detalhes desnecessários. Não que a arte de Quitely seja minimalista ou caricatural, mas os personagens e cenários têm uma certa leveza que não têm aqui.

No tocante à história, são os desdobramentos que podiam ser esperadas de Xavier ter assumido que é mutante: protestos na frente da Escola - que está cheia de novos estudantes. É uma grande diferença de outras encarnações dos X-Men, na qual a escola estava cheia de recrutas para a equipe de campo.

Até a metade da edição, o ritmo diminui em relação à anterior, mostrando como os X-Men estão se adaptando à nova situação. O foco principal é o Fera, que - de uma forma vagamente símia - se tornou uma versão azul da Fera de A Bela e a Fera.

É difícil falar desse número sem estragar para quem não leu, mas a ameça que surge dentro dos próprios X-Men promete, principalmente quando ela coloca as mãos numa nave de combate alienígena. Eu odeio ter que esperar um mês e pouco para ler a continuação (que provavelmente também vai ser detonada em 15 minutos), mas o próprio esperar já mostra que estou gostando. Só espero que os próximos números tenham a mesma intensidade dos anteriores.

5.12.01

Desculpa, mas essa só funciona em inglês:

The Zen Master is visiting New York City from Tibet. He goes
up to a hotdog vendor and says, "Make me one with
everything."

The hot dog vendor fixes a hot dog and hands it to the Zen
Master, who pays with a $20 bill.

The vendor puts the bill in the cash box and closes it.
"Where's my change?" asks the Zen Master.

The vendor responds, "Change must come from within."
Genial, não? Veio do Joke a Day.

4.12.01

Dia de Gibi Novo: Flex Mentallo

Finalmente consegui ler a mini-série do Flex Mentallo inteira! Oh, glorious day! Escrita por Grant Morrison e desenhada por Frank Quitely, a história não tem o mínimo medo de ser ridícula e - inclusive por isso - é fantástica. Na verdade, Flex Mentallo é uma análise da relação entre os super-heróis e seus leitores, principalmente aqueles que se iniciaram nos quadrinhos na mesma época de Morrison (fim dos anos 60). Mas qualquer um que já amou os supercaras vai reconhecer uma série de situações - inclusive algumas constrangedoras.

A história se desencolve em duas narrativas paralelas. Em uma delas, um roqueiro suicida delira ao telefone, falando de quadrinhos. Na outra Flex Mentallo procura seu companheiro de aventuras The Fact (uma brincadeira com o Questão). Acontece que o roqueiro tagarela é o criador de Flex e, enquanto um fala, o outro tenta salvar o mundo.

Cada uma das quatro edições tem um tema diferente. Sexo, amor, visões de mundo, expectivas e a natureza da realidade são examinadas à luz das idéias que se acham nos quadrinhos. Uma das coisas mais legais é quando a realidade brilhante dos quadrinhos dos anos 60 se choca com os problemas do mundo real, como drogas que dão "percepção cósmica" e matam o usuário.

Flex Mentallo é mais uma desconstrução dos super-heróis, mas diferente da maioria ela é positiva. Vale a pena, se pudesse ser encontrado. As cópias que eu li são emprestadas: há alguns anos eu encomendei uma encadernação - que nunca saiu por conta de problemas de direitos autorais com Charles Atlas - de quem Flex é uma paródia.
Agora os meninos também vão querer brincar de boneca. Brinquedos "anatomicamente corretos" das playmates começaram a ser fabricadas. Cada uma delas contem uma quantidade de plástico significativamente inferior às originais.

3.12.01

Zeitgeist tira a virgindade da irmã do Júnior - mais ou menos. Slash fiction nacional da melhor qualidade. Ô mente suja a do sujeito (como se ele fosse o primeiro a pensar no assunto).
Leia esse, depois esse. Não precisa dizer mais nada, precisa?
Uma das coisas que mais gosto em Player versus Player é a falta de coerência interna das tiras - mais ou menos como em Simpsons. A história que está rolando, onde o Francis inventa o videogame definitivo é um exemplo perfeito.
Já tem mais de dez anos que eu leio a Capricho - primeiro as das amigas, depois da minha irmã, hoje da assinatura que ninguém lembra de cancelar. Há alguns anos tenho notado uma queda de qualidade, mas como não sou eu quem paga, não ligo muito que a revista tenha se tornado uma mistura de Contigo com Nova (com direito à esquizofrenia no julgamento das atitudes masculinas e femininas).

Uma coisa me chamou a atenção na última edição (e não foi a "cobertura" do "namoro" do Supla e da Bárbara Paes na capa): um guia para escrever uma carta de amor sem ser piegas. Eu não sei qual é a faixa estária ideal da leitora da Capricho, mas imagino que elas devem ficar interessadas (ou "apaixonadas", como diria uma menina-capricho) por caras no limite do analfabetismo. A "carta" tem dois parágrafos.

Imagino que aquele modelinho vai ser seguido a exaustão, igualzinho aquele que os professores de redação tentam enfiar pela goela dos alunos nos cursinhos. Mesmo assim deve ser legal receber uma de qualquer jeito, a não ser que o anormal leia a revista.
I came to realize that to study poetry was to replicate the way we learn and think. When we read a poem, we enter the consciousness of another. It requires that we loosen some of our fixed notions in order to accommodate another point of view -- which is a model of the kind of intellectual openness and conceptual sympathy that a liberal education seeks to encourage.
Billy Collins, em The Companionship of a Poem.
No final do ano passado, vazou a notícia que Dean Kamen estava trabalhando num projeto mais revolucionário que a Internet. Muito se especulou a respeito - que seria um veículo movido a hidrogênio, por exemplo - mas agora que Ginger foi revelado, não deixa de ser um pouco decepcionante.

1.12.01

Attack of the Condensed Comics Classics!

G.I. JOE (IMAGE) by Brent Keane:

Flint: Yo, Joe!

Cobra Commander: Cobra!

Snake Eyes:

Será que é mais legal (e produtivo) escrever em uma cabana ou nos cantos que se encontra pela cidade? Qualquer dia desses eu vou comprar um laptop e começar a escrever em lojas 24 horas. O título vai ter que ser em inglês: Convenience Stories
Nos anos setenta, certas feministas radicais concluíram - sem muitas bases estatísticas ou científicas - que 40% das americanas eram abusadas sexualmente por familiares. Os números - falsos - eram inflados pela teoria das memórias reprimidas, que levaram muita gente inocente para a cadeia.